quinta-feira, 15 de novembro de 2012




Como foi o fim


Deixei de te amar.  E ai tudo  se resumiu num post it grudado na geladeira. Torto de desleixo. Precisávamos ter sedimentado isso. Coisa que não se fala, se faz. Foi tudo muito de repente. Como matar barata com chinelas. Abrir a janela pra tomar um ar. A música nem chegou a tocar inteira. Foi tudo besteira. Não sou maldosa, ando com as minhas pernas, sinto o meu peso.
Eu quis te avisar antes, mas com medo, retrocedi e tentei continuar te amando.  Mas a culpa também é sua. Que não me olhou enquanto eu dormia depois do segundo mês.  Ontem à noite vi um buraco na rua. Sabe  o que pensei? Em nos dois. Olha que triste. Um vazio que se enche quando como algodão doce. O perfume acabou e restou uma mulher cheia de desejos, com paixões que queimam a mão. De você não sei o que restou. Nem me cabe. Nos dois já estávamos lá fora. Coube a mim ir um pouquinho mais longe para que as facas, que são palavras, não me matarem. Eu quero surpresas. E você não me surpreende mais. O recipiente do amor esfriou. Estávamos fazendo in vitro.
Esses dias eu estava procurando escrever como o amor acaba. E a melhor maneira de contar isso é contando a nossa história. Não que não tenha sido linda. Cheias de montanhas e neve. Cheias de quartos que só não eram inabitáveis porque dentro estávamos nos dois fazendo amor. Deveríamos ter ido mais devagar. Não esgotar tudo logo no começo. O amor, pra ser amor, tem que ter ritmo, e às vezes ser lento.
Eu comecei outro itinerário. E sozinha.Como mulher que sai  à rua  nua e chorando. Mas eu estava de botas e jeans. Aqueles que nunca se perdem. Botas e jeans são sempre uma certeza. Amor eterno.

sexta-feira, 18 de maio de 2012




Bagged

Minhas imagens são meu saco de besteiras. Coloridas. Como sonho, que se sonha acordado. Como quando vemos a imagem de algum bicho na nuvem. Vemos o que estamos instados a ver.


O saco não faz silêncio. Como mágica. Vibra, como depois da câimbra. São pedras de todas a cores transparentes. Tem até roxo, cor de pássaro de livro clássico. Dia de natal penduro saco na janela, esperando por dádiva. Mas venha o que vier. Cabe tudo no saco. De que pano é feito o saco?, que sei que ele é pano. Um pano meio gasto, esgarçado.

Tamanho ele tem o que necessita.

Muita gente grande já esteve no saco. Tão grande que o saco até laçeou. Tamanhos dados por mim. De mim tiro o que é verdade. Sugo. Nem que pra isso... A beleza está na redondeza das coisas. Até cerveja desce mais redonda. É quase um balé. Se joga, que as coisas vão fazer mais sentido. E é importante que as coisas façam sentido. O resto é inferno. E o saco esvazia. Não procure transparência ao olhar uma pessoa. Procure o inesperado. Você não sabe nada.

Dentro do saco tem muitos livros. Muitos mesmo. E com eles você pode aprender que às vezes é preciso tomar uma atitude, mesmo estando muito triste. O movimento é que mantem o corpo vivo. Mesmo que a cabeça esteja a um passo.....Não ligue para o que não tem vez. Ou tome coragem.

Ah sim, o saco é cheio de coragem. Quantas vezes ainda vai precisar de coragem até o fim da sua vida? A gente faz conta de tudo, por que não disso? Até onde você consegue ir? Eu sou meio limitada. Vai ver por isso carrego o saco.

Tenho uma coleção de óculos dentro do saco. Mas não me lembro da última vez que usei um. E continuo reclamando que enxergo mal o de fora. Dentro de mim enxergo bem. A luz é até muito forte. E eu sem colírios ou óculos escuros.

Tantas letras soltas tem dentro do saco. Às vezes sonhos que estou colocando-as em ordem de sentindo, arrumando o saco. Mas quando acordo ele sempre está bagunçado. Esse negócio de entender a própria bagunças, é mentira de pescador.


O saco também é repleto de bilhetes de viagem. Todas ida e volta. Acho que só ida é a morte. Como tatuagem que marca a pele para sempre. Implorar que ele fique com você. Essas coisas marcam a vida. De espectro em espectro o quadro se completa justo. Poetas sempre se matam, na história. E jovens. Foram até onde podiam.

Talvez a vida seja pra se viver rápido. Ou em todas as velocidades. Já percebeu que o mar não para? As ondas não cessam, grandes ou pequenas. E é tão azul. Como o céu. Mas eu prefiro o mar-misterioso.

Esqueci, mas galinha voa? Deveria voar, não é? E botar ovo na cabeça de um monte de gente que merece.



sexta-feira, 11 de maio de 2012


Se eu não fosse louca, não seria quem eu sou. 
Seria um outro alguém, reclamando da rotina. 
Minha vida não tem rotina. 
Planos? Hã, do I want to make God laughs? I tell him i’ve got plans! Minha cor favorita é: todas!
 Minhas pessoas favoritas? As que existirem. 
Quero ser sempre do mesmo tamanho de quem comigo conversa. 
Eu faço todos os malabarismos.
 Eu sou mãe terra e linda sereia.
Agora mesmo me sinto meio online, meio offline. 
 Mas de tudo sou um pouco eu.
 Adoro passear do liquido ao gasozo. 
Tudo perto de mim tem pontas. 
Que me tocam. 
Sinto a energia da grama na sola dos meus pés.
 E das formigas também.
 Atendo a todos os telefones ao mesmo tempo. 
Tenho 100 braços.
 Moro em todas as cidades, da região norte à região sul.
 Falo todas as línguas. 
Sou eu mesma a rainha e a serviçal. 
Tenho uma unha curta e uma comprida. 
Uso um pé de cada sapato. Sou moça de família.
Ciao.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Até do avesso


Almost gonne. Só tenho que me lembrar de que é a reta final de um tempo. Subida de montanha russa. Vou morar lá em cima. Amar enquanto na verdade, deveria buscar uma certa introspecção. Os minutos serão só minha verdade. Livre, de braços bem abertos e olhos bem fechados. Parte de mim desintegrará. Serei meio liquida. Desamarrada. Sou a que vai. Vai pensando que aquele é o momento mais feliz da minha vida. E se eu cair? Vou me convencer que embaixo também é legal. O mais rapido possível. Livre pra assistir ballet. And times i will say; we so good togheter. And in a few days the feeling will be gonne. Sim, eu sou normal. Gosto de desenhar corações. E ouvir música. Imagino já a foto disso. A angustia maior para intensificar o sentir. Voltar a ser quem queria ser. Fosse qualquer uma delas. Mas posso também amar da forma mais ampla que já amei na vida. Isso pode acontecer. E eu me entregar à qualquer submissão do amor. Faria massagem nos pés. Chamaria de meu e teria pra mim. E isso me daria um medo danado e eu começasse a boicotar o amor porque ele é pleno e feliz. E talvez eu não mereça. Os horários não serão mais fixos. A meia da noite, os ponteiros farão amor. Mesmo que o amor não aconteça. Era só uma hipótese. Quero descobrir qual é meu lugar. Se estiver no Japão posso descobrir que meu lugar é a Ilha de Whight. Fazer o vôo até a Ilha de Whight. E ser entao, feliz. Sim, é urgente que eu descobra o meu lugar. One can hold just a bit of LOOOOOOSIng.E fumar um cigarro.
Amém.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Sensual


Ela estava na duvida se morava em Piratininga ou Amsterdam. Se teria um filho ou não! Se comprava um carro popular ou um buguie. Se pintava a unha de preto ou francesinha. Omelete ou espaguete?
Sair e beber parecia a melhor opção. Sempre parecia. Bastava estar disposta a se abrir toda. Sim, sempre conhecia homens. Era inevitável. Sabia que quando saísse para beber, com os olhos certos, e o sorriso de lado, um homem viria e ela passaria a noite com ele.
É o tipo de mulher que passa a noite. Detesta motel. Gosta de transar em hotéis. Liga o ar condiocionado e toma café da manhã continental. Os lençóis são tão impessoais. Lhe dão clareza para se concentrar no prazer. Motel é muita putaria. Essa coisa de tapete vermelho-sangue, água da piscina amarelo-organico. Quadros sensuais ou espelhos, daquilo que ela preferia ver cada pedaçinho, do seu ângulo, refletia. Transaria num hospital, se pensasse bem.
Aquela noite não foi diferente de nenhuma das noites. Exceto por uma coisa que guardo para o final. Ela saiu. Apenas com seu corpo, um batom vermelho e um cartão de crédito.
Calor, um apresenta outro. A conversa começa. Os sorrisos começam. As risadas. É assim que gosta que comece. Não pensa mais no que está dizendo. Fica tão natural. Ela tem uma coisa de intimidade. Fica íntima das pessoas. Às vezes muito. As vezes gostaria que fosse menos.
Já se sentia íntima de Silvio. Ele tinha a barba por fazer. E cheirava bem. Tinha também personalidade e era esteticamente muito atraente. Vamos beber mais um pouquinho? Vamos! Mais um mundo de histórias que podiam ser contadas em poucos segundos. É assim que gosta que comece.
Foi ao banheiro. Sentiu que o salto da bota já tinha ficado muito alto pro álcool que ela havia bebido. Hora de parar. Não teria graça vomitar hoje.
Voltou à mesa. E ai? Vamos transar? Não sabe mais se homem se assusta ou acha a frase afrodisíaca. Sempre aceitam. Mas ela não sabe mais o que eles pensam. Na verdade, não quer saber. É assim que gosta que comece.
Hotel: à essa altura da sua alegria infantil por estar se divertindo, o mais caro. Beijos no elevador, pernas se entrecruzando ainda em pé. Mão sentindo com quem passaria a noite. Mão reconhecendo-lhe o corpo. Cheiro. Mistura de álcool, barba e Marlboro. O seu cavaleiro da noite. Uma hora tudo estaria bem e na outra tudo estaria acabado. É assim que gosta que comece. No canvas.
Adora escovar os dentes antes de transar. Faz parte do ritual. Escovou o dele também. Num ato de carinho, como falho. Tinha que reconhecer: ele beijava muito bem. Mas muito bem mesmo. Talvez o melhor beijo dos últimos anos. Seus ombros tremiam.
A cama às vezes demora a chegar até ela. Seus gozos ganham a corrida. Mas ele era mais apressado. O beijo dele... ah. (Ela suspirava). Estava certo seu corpo estar ali. Sentia isso. Prazer.
Mas as vezes deixava de salamaleques e amava mesmo. Estava amando aquele momento. Seus corpos se comunicavam tão bem. O beijo era tão encaixado. As risadas vinham juntas. A fome também. E continuavam se amando, entre outras coisas que faziam juntos. Mas acho que o tempo todo estavam se amando. E eu é que não gosto de contar a história assim. Nunca sei quando aconteceu de verdade. Será que foi dessa vez? Foi isso que guardei para o fim.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012





Pensei num alfabeto meu, em letras que penso mais vezes. Que uso. Mas aí vejo que estou sem ter com o que preocupar. Uso todas as letras muitas vezes. Falo demais, rabisco demais, mando cartas, e mails, mensagens!

Tenho intervalos em que não fico no meu corpo. Eu saio, e quando volto esse corpo está mais mal tratado.
Não me pergunte onde fico nesse tempo porque tenho vergonha de responder. Qual a sensação quando retorno? Ódio. Porque me abandonei? Aí começa a história de Sizifo de novo, pedra montanha acima, abaixo .
As vezes tenho certeza de que não estou sozinha. Mesmo sabendo que estou. É um sofrimento só. Se eu descobrir mais coisa vou sofrer não muito por mim,mas por quem está perto de mim. Já disse um vez, a loucura é Pink. Punk.
Ia falar de afeto, mas me pareceu uma palavra tão doce. Muito doce. Assim não gosto. Gosto meio amargo. Não que não goste de doce. Minha língua consegue absorver uns milhares de sabores sem ser por associação e sim por memória emocional.
Vou então falar de culpa. Mas nossa, culpa pesa, não é? Culpa pesa como musculação. Alguns músculos doem muito em um dia, no outro dia, outros músculos. E a dor não para. Culpa é uma merda! Até antropologicamente falando, é uma merda de várias religiões, raças, massas e culturas. Chega de culpa, então!
Vamos falar de amizade? Ah, nem sei quem são eles mais. Não tenho vergonha de dizer, tenho dúvidas, às vezes. É meu amigo mesmo? Por que amigo é amigo, filho da puta é filho da puta! Até tomo cerveja por eles. Mas meu mundo é cheio de dúvidas.
Vamos então falar de amor? Mas e o amor? Hã? Responde aí seu safado.....

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011



Letras que junto aleatoriamente, procurando o sentido que não tem. Ë Natal, Ano Novo e a vida continua igual. Os peixes morrendo as catedrais envelhecendo e as velas queimando. Ainda não achei meu melhor ângulo para uma foto. Todos os ângulos me mostram culpa e eu surto. As meninas que passeiam me deixam mais felizes. Passei por uma loja que se chama Duas meninas, fiquei feliz. Como quando comia bolo de queijo da minha avó. Hoje em dia ela não faz mais esse bolo. Ela ficou triste. Estamos todos tristes. Mas na obrigação de estarmos todos felizes.
Arroz e feijão e a criança fica feliz. E dizem que felicidade não existe. Subi uma montanha ontem. Quando cheguei lá em cima, havia esquecido de levar água. Desci e fiquei com preguiça de subir de novo. Só quem sobe montanhas vai entender isso. A falta de água faz uma diferença!!!!!
O Ano que começa eu quero o que todo mundo quer, amor, paz, saúde, dinheiro, sorte e sucesso. Mas o que quero mesmo? Não sei dizer. Dizer que quero ir embora, é vago. Às vezes quando me ouço, não tenho paciência comigo mesmo.
Ouço musica para ver se a dor alivia. E nem vem porque não vou falar de dor. Chega!
Hoje a noite queria poças grossas de água no chão, para eu pulá-las com minhas botas de viagem. Dessas que já pularam de quinta pra sábado. Botas poderosas.
Perco-me nas vontades que são de um outro eu. Ainda eu. Mas prometi silencio para esse ano que começa ou que emenda. E silêncio será.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Os peixes estao mortos



Eu deveria estar contando as pessoas que os peixes do aquário estão mortos, ela me disse. Então estou aqui pra isso. Profundamente triste, eu ainda acreditava que ele iriam sobreviver apesar da solidão.
Uma outra fonte de oxigênio surgiria como mágica para eles. E eles respirariam aliviados. Dançariam naquela água suja por mais alguns minutos. Até ficarem entediados por estarem em um aquário e dormirem. Não sei se peixe dorme, mas sabe quando ele fica assim paradinho, parece até que morreu? Depois dançariam na água mais um pouquinho. Talvez não sentissem falta da correnteza. Talvez nunca a tivesse conhecido. Lógico que não. Nasceram então, no aquário. Pobrezinhos. Mas eles estão mortos, porque essa fonte mágica de oxigênio extra não apareceu. Pessoas, os peixes do aquário estão mortos, e os que não estão, vão em breve morrer então.

sábado, 13 de agosto de 2011


O que me falta descobrir?
Meu nome, aprendi.
Meu corpo fisico, sentei nele.
Minha mente, ando fazendo carinho nela.
Meu corpo sensual anda se divertindo.
Das muitas coisas que não sei, já’ perdi a curiosidade. Sobraram as mais simples e básicas.
As pessoas acham que me encaixo no momento em que estou mais me desencaixando. Estou vazando, liquido, sem limites. Escorrego na borda.
Me ater `a conversa? So’ por alguns minutos. Nos outros estou pensando sozinha em como as palavras da conversa me estimulam. Se não estimulam, levanto e vou embora.
Me apaixonava fácil. Ou sera’ que não me apaixonei de verdade ainda?
Isso ainda falta eu descobri.
Como se tivesse nascido agora.